Com a chegada da pandemia, milhares de pessoas começaram a se aprofundar no mundo digital. Houve longos meses de isolamento social que criaram o ambiente perfeito para expandir não apenas o uso da tecnologia, mas também a consolidação de uma relação intrínseca com as redes sociais. Como resultado, para muitos, foi criada uma linha tênue entre o mundo real e virtual, na verdade, uma grande interdependência.

Mesmo com o gradual retorno à “normalidade”, com a diminuição do número de casos de COVID-19, para muitos, a presença constante e intensiva nas redes sociais desenvolveu um uso compulsivo desses meios de interação. Isso acabou gerando uma centralidade do uso da internet na vida diária das pessoas, fazendo com que muitos fiquem praticamente “conectados” o dia todo.

Recentemente, WhatsApp, Facebook e Instagram ficaram fora do ar por motivos técnicos.

Ao perceber que não era um problema individualizado, milhares de usuários sentiram o forte impacto em suas vidas pessoais e profissionais. A repercussão da queda dessas redes sociais na mídia revelou a magnitude da presença desses serviços na vida das pessoas e no mundo dos negócios.

Embora muitos pensassem que isso teria sido um incidente isolado, não demorou muito para que acontecesse novamente. Pela segunda vez, em menos de um mês, o Instagram apresentou instabilidade em várias partes do mundo. Relatos dos principais veículos de comunicação indicaram que a empresa confirmou a instabilidade.

Após o momento inicial de perplexidade e a busca por informações para tentar entender o que realmente aconteceu, é necessário pensar sobre o papel das redes sociais em nossas vidas e seu grau de importância no dia a dia. Uma boa estratégia é aproveitar momentos difíceis como esses para aprender, avaliar, buscar caminhos possíveis e novas soluções.

Como podemos não nos tornar reféns dessas plataformas? Quais são as alternativas para continuar nos relacionando, comunicando e trabalhando com maior independência dessa tecnologia? O que fazemos se tivermos outras ocorrências como as que estamos discutindo? Como podemos nos proteger?

Essas são algumas perguntas que precisamos nos fazer para ter um respaldo maior para novos episódios. Afinal, sabemos que problemas acontecem, seja no mundo digital ou real, e nada garante que isso não acontecerá novamente.

A socialização digital é um fenômeno que faz parte essencial da contemporaneidade. Sabemos que, com o fim do isolamento, nunca mais voltaremos ao que éramos antes do início da pandemia, e continuaremos passando por mudanças constantes com a incorporação de novas tecnologias.

Portanto, também é essencial entender melhor o papel das redes sociais na transformação de nossas vidas, a fim de gerenciar os impactos e consequências do mundo virtual em nosso bem-estar. Aprender e desenvolver nossa inteligência emocional digital nos ajuda a criar uma atitude constante de reflexão e ação para melhorar e expandir as habilidades necessárias para enfrentar os desafios impostos pela revolução tecnológica que estamos vivendo.

Continuaremos a desdobrar-nos nas fronteiras cada vez mais sutis e subjetivas entre os mundos online e offline. Nosso desafio imediato é investir na educação digital, para que nossa presença nas redes sociais seja consciente, ética, e que as informações transmitidas lá sejam absorvidas de maneira crítica e reflexiva. Dessa forma, poderemos aproveitar as muitas possibilidades de comunicação, produção e disseminação do conhecimento. E, finalmente, poderemos redefinir nossa relação com a tecnologia.

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